18 junho 2007
Como se nada fizesse sentido
nada. Como se não fossemos nós, não somos nós, e tu sabes. Sentados de costas um para o outro, medindo as manchas cinzentas do rio, o azul aguado nos olhos, como se fosse verdade já não nos amarmos, que disparate não achas?
Não se via mais nada
a não ser a mancha cinzenta do rio, olhos e água galgando as margens e nós, nós os dois sentados na sala, prescrutando o vazio, tentando encontrar um no outro as razões para já não nos amarmos, quando foi que deixámos de ver a paisagem que existe para além do bugio, o mar que se estende logo à frente dos olhos, tu e eu debaixo do céu, sentados ao lado um do outro, descobrindo um no outro manchas de azul e de riso, quando foi que deixou de ser Verão?
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