04 julho 2006

Não te faço rir,

eu sei, há muito tempo que perdi a expressão alargada do meu rosto, e hoje limito-me a viver dos poucos traços que ainda guardo. Pequenos esgares que nem sequer são de alegria, olhos em arco, as faces pálidas caídas, a solidão que em frente ao espelho me incomoda. E, no entanto, sou a mesma. Sempre a mesma. Procuro-me em outras, mas não passa de ilusão. Sou sempre a mesma. A mesma pele que me serve serve às outras. Nenhuma de nós é plasma, temos nome, o mesmo nome para todas. Da substância, porém, não sei dizer. Não somos todas da mesma.

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