assim tanta pica, o néon. A escrita espalmando-se nele. Caindo-lhe em cima. Uma letra, outra letra, outra letra. Palavras e frases. Ponto. Espaço. Shift: maiúsculas. Essas coisas. Trejeitos. Manias. Coisinhas de nada.
O rectângulo é demasiado pequeno, virtualmente vêem-se as vistas, debruço-me mais e mais à janela, não passa ninguém, espio sem ser vista, que bom. Cuspo o que me dá na real gana. Às vezes, vomito.
Passas cá tu, de vez em quando, e pões-te logo a pensar que tenho alguma coisa, que perdi uma amiga, que me acusaram de embustes, que devo estar a passar por uma cena qualquer que não te contei, mas não é nada disso. é apenas de vidro ou de outras substância qualquer. Transparente, por vezes, fosco na maior parte dos dias, intermitências. Não se vê lá para dentro, embora se pense que sim. Os vultos lá atrás não são de ninguém, as pessoas daqui estão sempre paradas, não notas?
Acho que já te expliquei: não passa de um exercício. Pô-las a andar de um lado para o outro, a fazer coisas que não era suposto, a morrer, a cantar, a acusar-me de embuste, seja o que for, não é realmente importante. E já nem sequer me dá pica, vê lá que chatice...
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