03 maio 2006
Fomos ganhando a distância
dos corpos primeiro, cada um a cada dia mais longe do outro, abrindo os braços, as mãos e os olhos na direcção oposta do outro, procurando o lugar onde o outro não estava, onde não podia chegar ou voltar a caber, onde o tamanho de dois se tornava risível e cada vez mais desproporcional ao amor. Uma vez estabelecidos os territórios da pele e as respectivas fronteiras, alargámos o intervalo entre as almas até ao abismo que vês. Agora, para me tocares ou, simplesmente, para me quereres outra vez, tens de atirar-te e cair. Provavelmente, morrer.
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