03 maio 2006

Insiste

que o tempo da colheita há-de chegar finalmente. Repara como o verão se aproxima, sente-lhe a arte, se fores capaz toma-lhe o pulso, segura-o. Pouco importa se são frutos ou almas o que vais trazer do pomar, se é voz se silêncio o que te nasce no peito, doendo. Sobretudo, não contes as ilusões que te distraem desde o outono passado. Enquanto não davas por isso, as estações amadureceram -te e envelheceste . Não é motivo para alarme, não são as rugas que te vão tolher os dedos para já, mas estamos em Maio e urge usá-los antes que caiam das árvores - ou que apodreças.

Sem comentários: