que tens saudades da tua vidinha de merda a boiar à janela e a irritar as vizinhas
que o néon te torna ainda mais parva
que gostas do plasma colado à polpa dos dedos
que disparas às cegas e, muitas vezes, nem sabes porquê
que o escanzelado de merda é só isso: um escanzelado de merda e mais nada
que hoje apanhaste mais sol do que era suposto e que escaldaste os miolos
que os rectângulos e as substâncias anónimas te apavoram de morte e que é por isso que foges
que há dias em que tens muito pouca paciência para as quatro crianças que, neste momento, berram lá fora e que te roubam à escrita
que te chamas Inês e que a Sophia morreu há que tempos
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