08 maio 2009

Roubo mortes

aos que estão vivos e de repente a ideia do livro parece-me absurda. há dias em que não acredito que faça sentido, depois de anos a achar que era precisamente o contrário. mas, hoje, e já depois de várias conversas, percebo que cada dor é tão própria que temo que não sirva de exemplo, que depois de expelida pouco mais seja do que um sopro de sal condensado em palavras e que não se dê o contágio de esperança que sempre previ, que não se universalize o alento que cada um, à sua maneira, encontrou, que não exista, afinal, globalização para o alívio, que o sentido da perda não se revele transversal.
tenho, por isso, vontade de pôr a morte de lado e de me render ao romance das mães.

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