06 outubro 2006
Volto
sem máscaras e sem plasma, a pele à vista de quem passa, a carne à mostra. Talvez porque tenham vindo à tona os gestos que afinal procuro e que não são, já não são, poses de espelho. Já não temo pelo reflexo das palavras que projecto no néon. São o que são, são como são, não temo o eco, as distorções, as várias vozes que me habitam, deixo-as estar. Não temo o vácuo e não me sinto perseguida pelo sentido que preciso de fazer: posso não fazer nenhum, escrever à mesma, ser quem quiser, o que quiser, alheia aos outros e a mim própria, presente ou não naquilo que digo, é disso mesmo que se trata, como sempre, de exercício. Porque, se páro, os dedos queixam-se e eu não gosto que se queixem, dói-me o peito e é escusado. O resto é pouco, é-me indiferente. Da mesma forma, o que aqui fica não é para a posteridade, vale o que vale, e assim já chega: justifica-se o regresso.
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