tiro-a de onde estiver, já não me lembro onde foi que a deixei da última vez, trago-a para dentro, digo-lhe
sente-se aqui
ela senta-se
acendo-lhe a luz.
Não quer que lhe conte uma história?
faz que sim com a cabeça.
Pego num livro, um qualquer
pode ser este?
e leio-lhe em voz alta.
Pouquíssimo tempo depois reparo que adormece, aconchego-lhe a manta, volto a pôr o livro na estante, depois fico sentada a olhá-la. Só então me apercebo de que é a minha mãe de verdade e não a outra que invento e que é por isso que dorme, tão calma, ao meu lado.
Acho que vou acordá-la e morder-lhe.
É uma farsa poupar a carne às palavras.
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