04 julho 2005

Mesmo no princípio,

no principiozinho mesmo, preocupava-me um bocado. Estreante na blogosfera, entrei com a mão errada e, confesso, escrevi alguns posts de que agora me arrependo, pois não eram de todo pertinentes e, muito menos, necessários. Mas, pronto, já passou! Já nem estão lá, que o Gonçalo teve o bom senso de não lhes fazer o copy-paste. Mas, dizia eu, preocupava-me com algumas coisas nessa altura. Com quê? Ora, com coisinhas parvas, como é óbvio! Do tipo precisar de andar por aí a deixar pegadas que atraíssem curiosos, de melgar a Catarina, de ligar a chafarica na ansiedade de ver se alguém tinha deixado comentários, e por aí fora... A certa altura, cansei-me desta pré ocupação, que quase me tirava o gozo de escrever, e fiz um «delete this blog» irreversível. Bom, é claro que guardei tudo num documento word, porque sou precipitada, sim, mas não sou parva de todo (só um bocado!). Mais não fosse para guardar nos meus arquivos, e juntar a milhares de outros, uns quantos caracteres de escrita.
No outro dia, sei lá porquê, deu-me um vaipe... e reabri a chafarica. A grande diferença é que já não estou muito preocupada (sim, é verdade, já melguei a Catarina, mas sei que ela me desculpa...) com o que se passa além daqui. Quem vem, quem vai, quem fica, quem volta, quem gosta, quem não gosta, quem linka, quem deslinka...
Percebo que o retorno, a este nível, não se contabiliza assim. E ainda que não perceba muito bem por que razão não escrevo, como sempre fiz, no meu canto e sem mirones, vou ficando por aqui. Escrevendo e apagando e tentando e reescrevendo. Enquanto no tal documento off line se vai esboçando um livro...

um livro?!
um livro...
meu deus! um livro mesmo?!
espero que sim, um livro mesmo!
não podes adiantar a história, não?
não, desculpa lá!
mas já o começaste?
mais ou menos!
não podes mesmo dizer nada, nada?
nada, nada!
mas é um livro?
é!
um livro mesmo?
um livro mesmo!
meu deus...

A graça é que, aqui, não preciso de uma história e posso saltar capítulos, inventar um montão de disparates sem pudor, não tenho compromissos nem censura que me iniba, posso pôr a Sophia a arcar com a minha estupidez, inventar ser quem eu quiser, o que quiser, quando quiser, sem obedecer a regras, coerências, o que for... E é muito divertido, porque são tiradas curtas, sem nexo, tantas vezes sem sentido, às vezes divertidas, outras vezes nem por isso, e sempre sem necessidade de um fio condutor para as unir. Em suma, é um excelente exercício para a minha outra escrita

a do livro?!
pois, a do livro...
um livro mesmo?
um livro mesmo!
um livro a sério?
um livro a sério?
conta lá sobre o que é...
não posso!
conta lá!
então espera, deixa-me só acabar este post e já te conto...

E sempre vou animando os meus amigos (é o que eles dizem, pelo menos!)

então, é assim: o livro é sobre... ops! deixa-me só desligar isto...

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