05 julho 2005

Vieste em passos leves

pedir-me em casamento e disse-te que não. Não sei amar quem vem a mim sem deixar rasto, quem pisa o chão com cerimónia sem ousar deixar vestígios, quem não demarca o território do amor por medo que lhe venha a pertencer sem lhe ter dado um limite. Tivesses corrido alto, gritando os passos que davas ao meu encontro e tudo seria manso. Poderia abrir-te os braços e calhar tu caberes neles, mas assim não. Assim sem quereres que dê por ti, andando como quem esvoaça em círculos à espera de me iludires, ou talvez cogitando a aparição pela surpresa para me baixar as defesas, assim não caso contigo.

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