04 julho 2005

O Miguel

é um querido e estamos os dois a dar-nos lindamente. Ficou muito espantado quando me veio buscar no outro dia, eram sete e meia da manhã, e me viu pronta e feliz, de mala feita, em vez de barricada atrás da cama ou escondida na despensa e até me disse
mas que grande supresa, minha querida! pensei que a ia encontrar aos gritos e por isso...
e nessa altura sacou de uma camisa com mangas muito compridas e mostrou-me
até trouxe isto!
aaaaahhhhh!
exclamei eu, maravilhada,
ó Miguel, mas que camisa giríssima! sabe que sempre sonhei ter uma camisa assim, com mangas onde os braços me sobrassem? não se importa que eu a vista, não?
Não se importou, embora tenha perguntado
mas tem mesmo a certeza?!
Fiz que sim com a cabeça e enfiei-a
giríssima, não acha?
e percebi que aquilo o tinha deixado um bocadinho baralhado das ideias. Mas, afinal, não é ele que me acha esquizofrénica? Então, já devia estar à espera de uma cena deste tipo, olha, olha...
Bom, a seguir, despedi-me da família, quer dizer, deixei-lhes um bilhete em cima da escrivaninha da entrada, que àquela hora ainda estavam todos a dormir, e entrei num jaguar descapotável, moderníssimo. O Miguel, muito educado, abriu-me e fechou-me a porta
obrigada! você é mesmo um querido!
e arrancámos.
Fui o caminho inteiro a olhar para ele e a pensar que trocava de bom grado o escanzelado do Vasquinho por este Bombarda...eiro! É um queridooooooo!

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